O ex-prefeito de Paulo Afonso, Abel Barbosa e Silva, morreu aos 89 anos de idade durante a manhã desta quinta-feira (26), quando estava a caminho do BTN após sentir-se mal em sua residência. Chefe Abel como ficou popularmente estava com a saúde fragilizada há pouco tempo havia fraturado o fêmur o deixando numa cadeira de todas.
O sepultamento do ex-prefeito ocorrerá amanhã às 10h no Cemitério Padre Lourenço. O corpo será velado na Câmara de Vereadores de Paulo Afonso.
A última aparição de Abel Barbosa em público foi no dia 15 de setembro 2017, quando por sugestão do professor Antônio Galdino, o vereador Jean Roubert acatou e a Câmara de Vereadores do Município unânime aprovou o Título de Cidadão Pauloafonsino ao ex-prefeito emancipador.
Naquela noite Abel foi o grande homenageado, não só pelos parlamentares, como também por convidados que fizeram uso da tribuna na Casa do Povo.
Foram muitos os elogios, muita emoção e lágrimas ao relatar a bravura deste guerreiro que encabeçou a liberdade política dando origem a cidade redenção do Nordeste, quando construiu os alicerces da história de Paulo Afonso.
Dia 03 de Junho de 1928 nasceu em Pesqueira, ABEL BARBOSA E SILVA, filho do Sr, João Barbosa e de D. Quitéria Maria de Jesus.
Em 04 de Setembro 1950 ele, que vivia fazendo política com Agamenon Magalhães, Apolônio Sales, Barbosa Lima Sobrinho, nas terras do Agreste pernambucano, chegou a Paulo Afonso porque o pai, que trabalhava na construção das casas "Tipo O" da Chesf, havia falecido.
Elegeu-se vereador pelo Distrito de Paulo Afonso, criado em 1953 para a Câmara Municipal de Glória com outros três vereadores, Moisés Pereira, Hélio Garagista e Otaviano Leandro de Morais. Ali, destacou-se como líder da bancada da oposição mas também conquistou amizades entre os contrários e conseguiu que a sua proposta da emancipação política de Paulo Afonso fosse aprovada em 11 de outubro de 1956.
O Projeto de Lei da Assembléia Legislativa da Bahia foi aprovado e sancionado em 28 de Julho de 1958, pelo Governador Antônio Balbino de Carvalho como a Lei Estadual 1.012/1958, a Lei da Emancipação Política de Paulo Afonso.
Abel Barbosa foi Prefeito de Paulo Afonso em dois momentos: entre 14/05/1974 e 16/10/1975, no período da ditadura militar, com a renúncia do prefeito Edison Teixeira Barbosa, porque era o Presidente da Câmara de Vereadores de Paulo Afonso, o regime militar, pelo AI-5 impedia a eleição para prefeito e, nesse tempo não havia o cargo de vice-prefeito, sendo o presidente da Câmara o segundo na linha sucessória, logo depois do prefeito.
Voltou à Prefeitura no período de 04/08/1979 a 31/12/1985, no final do regime militar, passando o cargo ao prefeito eleito José Ivaldo de Brito Ferreira.
Embora Abel tenha sido ainda vereador de Paulo Afonso, sempre pelo PTB, durante cerca de 20 anos, sempre se ressentiu de nunca ter sido prefeito pelas urnas.
Depois do seu segundo mandato de prefeito ainda tentou se reeleger vereador, sem sucesso. Resolveu então recolher-se e fez quase um exílio voluntário, fixando residência no lugar que ficou conhecido em Paulo Afonso como "Barreira do Inferno", hoje o tranqüilo Bairro Jardim Aeroporto, na casa simples "na rua do campo", de onde viu os pousos e decolagens dos aviões e helicópteros e desfrutaou da visão de um pôr-do-sol dos mais bonitos na paisagem sertaneja.
Até pouco tempo, lúcido, Abel reclamava apenas da limitação da capacidade de visão dos seus olhos que o impediam de fazer com mais prazer aquilo que mais gostava: ler.
O livro De Forquilha a Paulo Afonso: Histórias e Memórias de pioneiros é, na sua essência, uma homenagem a este cidadão que não permitiu que escrevêssemos a sua biografia apenas mas, de certa forma, estimulou que contássemos a história de Paulo Afonso e, dentro dela, colocássemos a sua caminhada, o que fizemos com inefável prazer.
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